ABSTRACT Keynes and Hayek are usually perceived in the history of economic thought as intellectual rivals. Although it is true that in terms of policy recommendations, they have not always seen eye to eye, there are numerous theoretical elements that the two economists tend to share. This is especially true if one follows Axel Leijonhufvud (1976) in considering that Keynes’s fundamental theoretical work is the Treatise and not the General Theory. In the early 1930s, following the works of Wicksell (1989), both explained business cycles as caused by a discrepancy between savings and investment. They considered that in the modern economy the interest rate cannot speedily adjust these two magnitudes. To a certain extent, Keynes and Hayek even agreed on the dynamic sequence of prices in a “normal” depression. By the time the General Theory came out, liquidity preference obscured most of the commonalities between the two economists. Although Hayek introduced liquidity preference as a short run friction in his 1941 Pure Theory of Capital, he could not accept it as a fundamental determinant of the interest rate. However, in the 1970s Hayek began to believe that “normal” Hayekian crises could further degenerate into Keynesian depressions. By focusing on Keynes’s theoretical development prior to the elaboration of the General Theory in parallel with Hayek’s evolution throughout his life, we argue that a selective reading of their works could lead to a theoretical model in which Keynesian and Hayekian scenarios are specific cases of a more general theory.

RESUMO Keynes e Hayek são geralmente vistos na história do pensamento econômico como rivais intelectuais. Embora seja verdade que, em termos de recomendações de políticas, elas nem sempre concordam, há vários elementos teóricos que os dois economistas tendem a compartilhar. Isso é especialmente verdadeiro se seguirmos Axel Leijonhufvud (1976) ao considerar que o trabalho teórico fundamental de Keynes é o Tratado e não a Teoria Geral. No início dos anos 1930, seguindo os trabalhos de Wicksell (1989), ambos explicaram os ciclos de negócios como causados por uma discrepância entre poupança e investimento. Eles consideraram que na economia moderna a taxa de juros não pode ajustar rapidamente essas duas magnitudes. Até certo ponto, Keynes e Hayek chegaram a concordar com a sequência dinâmica de preços em uma depressão “normal”. Quando a Teoria Geral foi publicada, a preferência pela liquidez obscureceu a maioria das semelhanças entre os dois economistas. Embora Hayek tenha introduzido a preferência pela liquidez como um atrito de curto prazo em sua Teoria Pura do Capital de 1941, ele não podia aceitá-la como um determinante fundamental da taxa de juros. No entanto, na década de 1970, Hayek começou a acreditar que as crises “normais” de Hayek poderiam degenerar ainda mais em depressões keynesianas. Ao focar no desenvolvimento teórico de Keynes antes da elaboração da Teoria Geral em paralelo com a evolução de Hayek ao longo de sua vida, argumentamos que uma leitura seletiva de suas obras poderia levar a um modelo teórico em que os cenários keynesiano e hayekiano são casos específicos de uma teoria geral.